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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

"Harry Potter", Joanne Kathleen Rowling

Este foi um post que nunca pensei escrever. Sete livros, inúmeras histórias. Tentar resumí-las seria simplicá-las. Não tenho a capacidade de relatar o poder das aventuras vividas por Harry Potter, Rony Weasley e Hermione Granger sem retirar o encanto que envolve toda a trama. Minha admiração pela escritora britânica Joanne Kathleen Rowling após a criação de personagens tão fantásticos e histórias tão misteriosas e repletas de amor é inestimável.
A série que encantou milhares de crianças e adultos do mundo todo foi iniciada em 1997, com "Harry Potter e a Pedra Filosofal; em 1998, lançou-se "Harry Potter e a Câmara Secreta"; em 1999, "Harry Potter e o Prisioneito de Azkaban"; em 2000, "Harry Potter e o Cálice de Fogo"; após três anos de espera, "Harry Potter e a Ordem da Fênix"; em 2005, "Harry Potter e o Enigma do Príncipe"; e, finalmente, em 2007, "Harry Potter e as Relíquias da Morte".
O mistério e a aventura ornamentam o livro, requisitando a atenção do leitor e sua espera impaciente pelas obras subsequentes. Mas entre tantas batalhas, tantas lutas contra o mal, tanta hipocrisia, falsidade, tantas notícias discrepantes da realidade, influência da mídia, ambição e preconceito; entre tantos males da nossa humanidade tão bem expostos no livro e tão presentes na realidade dos personagens, eis que surge uma sucessão de valores inestimáveis que as pessoas parecem ter perdido no decorrer dos anos: a lealdade, a amizade, o amor, a honestidade, a coragem, a esperança, a perseverança, a fé. É essa a real magia do livro. Não são os poderes e os feitiços que vencem a força do mal, e sim os sentimentos honrosos, o valor que se dá aos amigos, à família. Em muitas vezes, nossos personagens se encontram numa encruzilhada, mas sempre fazem a escolha de seguir o caminho do bem. Há também uma relação de ajuda mútua, de não permitir a corrupção do outro quando este fraqueja, de estar lá em todos os momentos, bons ou ruins. O crescimento em termos de personalidade e caráter e a responsabilidade moral criada pelos personagens é norte para nos guiar (sim, a nós, que estamos vendo tudo à distância) na estrada certa.
No primeiro filme, os três queridos mosqueteiros

Os livros amadurecem junto com seus leitores, em uma relação de confidência e aprendizado contínuos. Nos sentimos tão próximos de Harry, Rony e Hermione, quanto se estivéssemos vivendo a mesma realidade deles. Eles são os amigos que qualquer um gostaria de ter.
É impossível para mim falar de Harry Potter sem emoção, como uma mera expectadora, como faço com os outros livros, por mais maravilhosos que sejam. Afinal, essa série de obras magníficas tocou a alma da criança que fui e, por isso, deixou marcas concretas na pessoa que sou.
Por mais que o queiram retratar como um livro infantil, misturando-o ao leque de bestsellers infantis do mundo de hoje, não existe comparação entre Harry Potter e esses tantos outros livros de aventura que surgem. É inestimável a quantidade de valores que o livro transmite. Não é apenas bem elaborado, é um livro que parece estar fora do contexto de livros de sua época: é especial. Como se a autora buscasse, nos levando a uma realidade totalmente nova e desconhecida, em um mundo de bruxarias do bem e do mal, voltar no tempo para dar nascimento a uma história que deve ser deixada junto a obras que somente em outros tempos ouviu-se falar. Esses livros devem sim figurar entre os grandes escritos da humanidade, como poucos da atualidade.
Harry com a linda Edwiges, por quem eu ( e comigo, acredito, milhares) tanto sofri.

Nenhum livro da série supera o outro. Alguns divergem entre si pelo fato de serem mais aventura ou mais mistério, além das muitas outras definições que podemos lhes dar. Em todo caso, eles são compatíveis com a mentalidade da principal geração que os lê. Há um salto de três anos na publicação do quarto livro em relação a do terceiro. Em minha visão, isso deve ao fato de haver a necessidade de uma maior maturidade dos leitores para absorverem ou mesmo "sobreviverem" (se me derem a permissão de um exagero) aos acontecimentos do quarto livro.
 Comecei a ler aos 8 anos e fiquei até os 11 na esperança de receber a carta de Hogwarts. As histórias e acontecimentos de cada livro já não são uma constante em minha cabeça, afinal, são muitos. No entanto, quando lembro desses livros tão queridos, desses personagens tão amados (por mim e milhares de pessoas de todo o mundo), o que fica são as emoções que eles foram capazes de me proporcionar, a palpitação do coração, as lágrimas, as alegrias que cada página me trazia, além de uma saudade enorme e uma espera constante que, num passe de mágica, um outro livro surja para que eu possa penetrar novamente nesse mundo tão fantástico e maravilhoso e, quem sabe, até ajudar Harry, Rony e Hermione a salvar o mundo dos bruxos e dos trouxas mais uma vez.
No último e tão esperado filme

Video-curiosidades:

Apesar de não ser necessário, deixo grafada a série de filmes que adaptou os livros para o cinema.
Foi feita a adaptação cinematográfica de "Harry Potter e a Pedra Filosofal em 2001; em 2002, lançou-se "Harry Potter e a Câmara Secreta"; em 2004, "Harry Potter e o Prisioneito de Azkaban"; em 2005, "Harry Potter e o Cálice de Fogo"; em 2007, "Harry Potter e a Ordem da Fênix"; em 2009, "Harry Potter e o Enigma do Príncipe"; em 2010, "Harry Potter e as Relíquias da Morte", parte 1 e, finalmente, em 2011, o grand finale: "Harry Potter e as Relíquias da Morte", parte 2, que é o que me leva a escrever o post, visto que agora o encanto de esperar por Harry Potter só restou no coração.
Para os amantes do nosso lindo bruxinho, por vezes, os filmes foram indignantes. Afinal, como podem retirar uma cena tão magnífica ou tão explicativa ou tão necessária para o entendimento da história como aquela ou aquela outra? Bom, o cinema nem sempre é perfeito e é muito difícil transformar até 700 páginas ou mais em duas horas de filme. Mas devo afirmar que a maneira como eu imaginava Hogwarts e o trem de Hogwarts, dentre tantas outras coisas, a partir da descrição de Rowling, é EXTREMAMENTE semelhante ao filme. E nesse aspecto, portanto, eu o acho bem fiel. Se há uma coisa que os filmes souberam captar é a iluminação meio dark e misteriosa da escola, bem como a caracterização dos personagens, principalmente na personalidade (eu bem que achava que Harry devia ser um pouquinho mais alto, mais magro, rosto mais fino e olhos um pouquinho mais verdes, mas tudo bem). Digamos que, nos filmes, quem roubou mesmo a cena foi Hermione, o que não é prejuízo para nenhum dos outros atores, que também desempenharam seu papel com glória, principalmente depois de uma maior maturidade. Como na maioria das vezes, portanto, eu dou preferência à leitura dos livros, no entanto, os filmes também tem sua poção de mágica.


Reflexão especial: Por que somos nós os trouxas?


Lord Voldemort é a personificação do ódio, do rancor, do preconceito, da inveja, da deslealdade, da traição, da mentira: personagens que figuram em nossa realidade por escolha nossa. Por vezes, preferimos até não nomeá-los, para não ferirmos a nós mesmos, admitindo nosso lado mal. No entanto, precisamos parar de chamá-los "Você-Sabe-Quem" e aceitarmoss que temos, sim, sentimentos ruins, lutando contra eles a partir de então. São nossas ESCOLHAS que nos tornam quem realmente somos, como aprendemos com o Chapéu Seletor. Somos trouxas, porque temos medo de mudar essa realidade de individualismo e corrupção, de picuinhas, fofocas, maldades, porque podemos viver num mundo de paz e de amor, mas nos sufocamos em nossos próprios desejos e paramos de olhar para o outro com repeito. Não são as coisas materiais que tocam nosso coração, mas os sentimentos puros e verdadeiros. Poderia-se divagar um pouco mais sobre o assunto, dada a vastidão que "Harry Potter" nos oferece com suas metáforas extremamente apropriadas. De qualquer maneira, acho que chamar-nos trouxas foi uma crítica muito bem aplicada.